sábado

PARÁ LIVRE DE AFTOSA



Por Mário Moreira
Diretor Geral da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará)

Mário Moreira
Há anos a defesa animal do Estado do Pará busca a certificação de totalmente livre de aftosa no Estado. Muito tivemos que percorrer, a começar pelo planejamento, reorganização da defesa animal, estabelecimento de metas, investimentos e cumprimentos de etapas exigidas pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Um sonho muito antigo que está muito próximo de se tornar realidade: “Um Pará 100% livre de aftosa”.

Assim que assumi a Adepará, em 2010, o principal objetivo foi a unificação de todas as áreas do Estado em uma única condição de status sanitário. O sul do Pará, por exemplo, que reúne 44 municípios, já possui o status de livre de febre aftosa, então, entre as metas, estavam a manutenção da condição sanitária nas regiões sul e sudeste e a transformação das regiões do oeste e nordeste do Pará e a Ilha do Marajó em áreas também com o status sanitário de livre da aftosa.

Esse é um sonho de mais de 20 anos. Em 2010 o cenário que se apresentava era de insuficiência para que o sonho se tornasse realidade. Tivemos que arregaçar as mangas e trabalhar efetivamente para transformar uma realidade em um curto espaço de tempo.

Após avaliação das auditorias do Ministério de Agricultura (Mapa), toda equipe de servidores foi mobilizada através de reuniões com técnicos, os gerentes regionais, para que todos passassem a ter o mesmo foco: recuperar a condição técnica e a condição veterinária de atuação na área animal da Adepará.  Uma verdadeira força tarefa se instalou: treinamentos; aquisição de equipamentos e de novos veículos; reforma das gerências regionais; modernização de ferramentas de trabalho e implantação de novas tecnologias.

Para efetivar mudanças foi preciso garantir o custeio das atividades de campo. Foi necessário investir e alto. Estado do Pará estava inadimplente e estávamos com dificuldades para firmar convênios. Lutamos, insistimos e depois de muito percorrer os corredores do Ministério (Mapa), em Brasília, e de muita reorganização da Casa tivemos êxito no que tange a conquista de mais recursos para custeio e investimentos na defesa agropecuária.

Para estabelecermos as condições necessárias nos aproximamos da Advocacia Geral da União e enfim conseguiu-se firmar um  convênio de cerca de R$ 60 milhões para a defesa no Pará. Um convênio plurianual, por um período de 4 anos, de 2011 a 2015, que, acrescido sempre da contrapartida do Governo do Estado, que não tem medido esforços para que o Pará tenha uma defesa agropecuária eficaz, o cenário se modificou e as melhorias apareceram tanto na defesa animal como defesa vegetal. Hoje somos referência nacional, por mérito do trabalho de nossos servidores, de nossa equipe e por conta de uma gestão ajustada.

Estamos executando o convênio, sob a supervisão do Mapa, com o apoio da Federação de Agricultura do Estado do Pará (Faepa), dos sindicatos rurais, dos parceiros. Estamos equipando e modernizando a Adepará; qualificando e atualizando os técnicos; fazendo melhorias em diferentes áreas  e a partir daí os resultados quanto as defesa começaram a aparecer e as avaliações do Ministério passaram a ser positivas novamente.

O tempo passou e passamos por duas novas auditorias do Mapa, que confirmou o cumprimento das etapas exigidas. Garantimos a autorização para cumprir a etapa da sorologia em cerca de 300 propriedades localizadas em diferentes áreas tidas como de médio risco no oeste e nordeste do Pará e da Ilha do Marajó. Foi feita a coleta sangue; retirou-se o soro que foi encaminhado para o laboratório para dar o veredito sobre a circulação ou não do vírus de aftosa. Enfim, confirmou-se a não existência do vírus de aftosa. Com o resultado favorável, estamos aptos para nos tornarmos livre da aftosa com reconhecimento nacional agora no primeiro semestre de 2013. Durante todo o processo, o Governo do Estado não mediu esforços para que Adepará voltasse ao trilho da normalidade. Para 2014 nosso foco é pleitear da  Organização Internacional de Saúde Animal, na França, a  certificação internacional de um Pará 100% livre de aftosa.

Tenho certeza que conseguiremos, todos juntos, com apoio do Governo do Estado, da Federação de Agricultura (Faepa), sindicatos, Superintendencia Federal de Agricultura (SFA), Ministério Agricultura (Mapa) e todos os demais parceiros da defesa agropecuária no Estado, continuar a avançar e muitos outros sonhos se tornarão realidade. Muito obrigado a todos!